quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

Os direitos LGBTQI+ no mundo

 Neste mundo, onde 40% dos países proíbem as mulheres de possuir, alugar, administrar ou herdar uma propriedade sem a autorização de um homem, ser uma mulher lésbica, bissexual, queer ou simplesmente uma pessoa não binária pode significar não ter onde ou como morar. Essa dimensão palpável da discriminação é captada em um estudo inovador, de 218 páginas, da Human Rights Watch (Observatório dos Direitos Humanos), sobre a situação dessa população hoje no mundo, intitulado É por isso que nos tornamos ativistas: violência contra mulheres lésbicas, bissexuais e queer e pessoas não binárias, tradução livre de This Is Why We Became Activists: Violence Against Lesbian, Bisexual, and Queer Women and Non-binary People (2023).

 
Ao nascer, as pessoas do sexo feminino “suportam o peso de expectativas muito marcadas pelo gênero, o que inclui casar-se e ter filhos com homens cisgênero, e são castigadas de diversas formas por não cumprir ou negar-se a cumprir essas expectativas”, destaca a síntese do relatório, publicada em vários idiomas no site da HRW na última semana, e reportado pela IPS.

O estudo está ancorado em 66 entrevistas com ativistas, investigadoras, advogadas e lideranças de movimentos LBQ+ de 26 países, entre março e setembro de 2022. E aponta as dez violências resultantes da discriminação que impedem o acesso a direitos básicos para as mulheres LBQ+, que acabam se vendo diante de “casamentos forçados e coagidos com homens; não acesso a direitos laborais e violência sexual no trabalho; violência por parte das forças de segurança do Estado; restrições legais ao movimento e ataques violentos a casais LBQ+ em público". 
 
"Para além da violência física e sexual de membros da família, forças de segurança e outros, as pessoas de LBQ+ enfrentam discriminação no trabalho, nos direitos de terra e propriedade, serviços de fertilidade, migração e reassentamento, e acesso desigual à justiça”, complementa o relatório.
 
Direitos em 11 mapas
 
O relatório da HRW menciona, também, artigo de 2017 do Fórum Econômico Mundial –What you need to hnow about LBGT rights in 11 maps” (O que você precisa saber sobre os direitos LGBT em 11 mapas”) – que se apoia em uma plataforma que acompanha o avanço e as políticas públicas relacionadas aos direitos LGBT no mundo.
 
A plataforma também apresenta um ranking com base em uma série de indicadores que mostram como os países respondem, em suas leis e políticas públicas, a questões como igualdade de matrimônio entre pessoas do mesmo sexo, mudança legal de gênero, adoção legal, proteção contra a discriminação baseada na orientação sexual ou identidade de gênero, proibição da discriminação  etc.

TEXTO COMPLETO AQUI

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2023

Terrorismo e Guerra HIBRIDA

 

Terrorismo e Guerra Híbrida

Ainda na tosca polêmica, sim, foi terrorismo. A própria legislação antiterrorismo dá margem para isso. Mas há inúmeras formas de conceituar terrorismo que se encaixam bastante bem aos episódios de Brasília no dia 08/01 e também à tentativa de fechamento de refinarias no mesmo dia e a derrubada de torres de energia.

Tropa de Choque da PM-PR libera a refinaria bloqueada por terroristas. (fonte: Bem Paraná)

Apesar disso, ontem tive que ouvir Gabeira na Globonews chamando os golpistas de “amadores”! Mas amadores não tem coordenação nacional para implementar em curto espaço de tempo mobilização de milhares de pessoas (Brasília) e ações quase simultâneas em área tão grande. Há quem diga 10 refinarias. As torres de energia estavam no Paraná e em Rondônia. Amadores, Gabeira…?

Andrew Korybko, Guerras Híbridas

A novidade é que a imprensa parece que descobriu o termo Guerra Híbrida.

BBC Brasil: Guerra híbrida: a derrubada de torres de energia no Brasil seria parte de nova tática de confronto?

Popularizado por Andrew (Andrey) Korybko, o termo descreve uma forma mais complexa de guerra sistematizada e implementada no século XXI. Há algumas apresentações neste Geovest sobre o assunto. Em uma delas, produzi um esquema explicativo:

Esquema de Guerra Híbrida (fonte: própria)

Será que começou em 2023?

Como um potência pode derrubar um governo de baixa confiabilidade em outro país, mesmo sendo uma potência média? A tentativa de derrubada do governo comunista no Vietnã nos anos 1960/70 custou muito caro para os EUA, mas pode haver um formato mais barato: a Guerra Híbrida.

Ela já foi implementada em vários países com variados graus de sucesso: Venezuela; Síria e Líbia da “primavera árabe”; Ucrânia (2014); e Brasil, entre outros. Sim, Brasil, mas não de agora, da presidenta Dilma.

Após 2013, foi colocado um aparato de oposição mais intenso e agressivo contra o governo federal. O PSDB já tinha recursos de propaganda em meios digitais desde a campanha fracassada de Serra à presidência em 2010, mas isso foi ampliado pelo partido nas mãos de Aécio (“uso de lideranças locais”; “uso de redes sociais”).

Atores de novelas em protestos contra Dilma

Para dar musculatura, os eventos com os patéticos palhaços com camisas da CBF tinham o recheio de nomes do esporte e das novelas da Globo como Ronaldinho, Susana Viera e Luana Piovani (“uso de personalidades”). As mobilizações eram feitas através da massificação pela imprensa tradicional, a que mais alcançava as pessoas nos anos 2010. A imprensa usava as denúncias da corrupção da, hoje sabemos corrupta, operação lava-jato (“uso de aparato judicial”). Estranhamente, as denúncias nunca chegaram a Dilma em quem nunca aderiu a ideia de corrupção (“uso de valores universalizáveis como democracia e corrupção”).

Dilma, diante dos protestos de rua, com sua ação política sabotada pela Câmara dos Deputados de Eduardo Cunha e com baixo desempenho econômico teve que enfrentar um fajuto processo de impeachment do qual saiu derrotada. A Guerra Híbrida tinha atingido seu objetivo de derrubada do governo por meios institucionais. Para quem duvida do interesse externo ligado ao processo, “dá um google” sobre o que o senador Serra fez com o petróleo do Brasil ainda no ano do golpe, 2016. E não parou por aí.

O Brasil virou a Meca do neoliberalismo mundial para o deleite dos especuladores e rentistas domésticas e globais. Mudança na legislação trabalhista com uberização do trabalho; doação de patrimônio estatal sob o nome de “privatização”; abertura sem freios do uso de agrotóxicos no agronegócio que avançou sobre terras indígenas e áreas de conservação. Se tudo isso começou com o governo fraco de Temer, ganhou força na presidência fascista de bolsonaro. A Guerra Híbrida estava ganhando os louros da vitória, mas veio 2022, a eleição de Lula.

Nova etapa de Guerra Híbrida: 2023

Voltando ao esquema de Guerra Híbrida, o que fazer se o governo “não cai” ou “volta”? Últimas etapas do processo: intervenção externa (como houve na Líbia), guerra de guerrilha (Síria) ou sabotagem (Venezuela, Brasil).

Nos momentos de maior agudização das tensões na Venezuela aconteceram atentados terroristas contra infraestrutura crítica: energia, comunicações e abastecimentos de água.

Não podemos deixar de mencionar que o ataque terrorista e criminoso ao sistema nacional de eletricidade perpetrado no dia 7 de março, que resultou em um apagão e deixou sem eletricidade, água e comunicação toda a população venezuelana por um período de quase três dias, colocando em risco a vida dos venezuelanos e violando seus direitos humanos, faz parte desses planos para gerar caos e desestabilização. (Opera Mundi)

Os terroristas tropicais no Brasil tentaram, ainda sem sucesso, derrubar linhas de transmissão de energia e fechar o acesso a refinarias. Mais, a explosão do CAC de Manaus e o incêndio no aeroporto do Galeão ainda estão sem maiores explicações.

A extrema-direita está articulada nacional e internacionalmente. Difícil esperar um evento da magnitude de milhares de pessoas nas próximas semanas em atos terroristas como o episódio de Brasília. Mas com coordenação e financiamento robustos, é possível esperar mais episódios de Guerras Híbridas no horizonte do Brasil.

Em tempo: Parece que parte da imprensa se deu conta da gravidade e continuidade do problema. Os jornalistas da Globonews hoje, manhã de 19/01, citam a preocupação da PF no monitoramento de novos atos que eles esperam ainda podem ser deflagrados.

quarta-feira, 27 de julho de 2022

ATIVIDADE DE HISTÓRIA 8º ANO TEATRO

 Atividade de História com as turmas 81 e 82 com teatro disponível para inspirar nas aulas com atividades lúdicas.


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