Escrito por Tyrone
Introdução
Na telinha é um programete da rádio Geografia Rock transmitido em rede nacional (oferecido pela Brlogic). Irei apresentar dois filmes relacionados com a doença de Parkinson: O primeiro de 2010 “Amor e outras drogas” e o segundo mais recente (2023) “Still: A Michael J Fox. O objetivo de escrever estes filmes pra refletir sobre uma doença, a segunda, que atinge 1 a 2% da população mundial.
STILL: A STILL A MICHAEL J FOX
O documentário "Still: A Michael J. Fox Movie", lançado na Apple TV+ em 2023, narra a inspiradora trajetória do ator Michael J. Fox. Dirigido por Davis Guggenheim, o filme combina imagens de arquivos, reencenações e entrevistas íntimas para explorar tanto os momentos de glória de sua carreira quanto os desafios enfrentados após seu diagnóstico com o mal de Parkinson em 1991.
O documentário oferece um olhar profundo sobre sua vida pessoal e profissional, mostrando como ele superou obstáculos com humor, resiliência e determinação. Além de destacar sua luta contra a doença, o filme também celebra sua contribuição como ativista e o impacto de sua fundação, que arrecadou milhões para pesquisas sobre o Parkinson.
"Still" é mais do que uma biografia; é uma história de coragem e esperança, proporcionando uma perspectiva tocante sobre a vida de um ícone de Hollywood que continua inspirando pessoas ao redor do mundo.
Michael J. Fox é amplamente reconhecido por sua atuação icônica como Marty McFly na trilogia De Volta para o Futuro (Back to the Future), mas sua filmografia vai muito além. Ele se destacou em diversos gêneros ao longo de sua carreira, deixando sua marca em comédias, dramas e animações. Entre seus filmes mais notáveis estão Teen Wolf (O Garoto do Futuro, 1985), onde interpreta Scott Howard, um adolescente que descobre ser um lobisomem; The Secret of My Success (O Segredo do Meu Sucesso, 1987), uma comédia sobre ambição no mundo corporativo; Doc Hollywood (1991), onde vive um médico que aprende lições sobre amor e simplicidade em uma pequena cidade; e For Love or Money (Por Amor ou Por Dinheiro, 1993), que explora dilemas amorosos e profissionais. Ele também emprestou sua voz a personagens icônicos como Stuart Little, no filme homônimo de 1999 e suas sequências, e Milo Thatch, em Atlantis: The Lost Empire (Atlantis: O Reino Perdido, 2001), em uma animação cheia de aventuras. Esses papéis demonstram sua versatilidade e confirmam sua posição como um dos atores mais queridos de sua geração.
Michael J. Fox é autor de vários livros autobiográficos nos quais compartilha suas experiências pessoais e reflexões, especialmente relacionadas à sua carreira, ao diagnóstico de Parkinson e à maneira como encara a vida. Em "Lucky Man" (2002), ele narra sua jornada desde o diagnóstico precoce da doença e como isso transformou sua visão de mundo. Em "Always Looking Up: The Adventures of an Incurable Optimist" (2009), ele explora temas como fé, família e resiliência, revelando como encontra otimismo diante das adversidades. No livro "A Funny Thing Happened on the Way to the Future: Twists and Turns and Lessons Learned" (2010), ele compartilha lições de vida e sabedoria voltadas para jovens, com um tom leve e inspirador. Em "No Time Like the Future: An Optimist Considers Mortality" (2020), ele reflete sobre envelhecimento, saúde e mortalidade, abordando com honestidade e humor as limitações progressivas causadas pelo Parkinson. Esses livros oferecem uma visão sincera e tocante da vida do ator, marcada por desafios, superação e esperança.
Michael J. Fox foi diagnosticado com o mal de Parkinson em 1991, aos 29 anos, durante o auge de sua carreira. No entanto, ele manteve sua condição em segredo por muitos anos, revelando publicamente o diagnóstico apenas em 1998. Essa decisão de compartilhar sua luta com a doença marcou um ponto de virada em sua vida, levando-o a se tornar um defensor ativo da pesquisa e conscientização sobre o Parkinson. Desde então, Fox fundou a Michael J. Fox Foundation, que se tornou uma das principais organizações voltadas para o avanço de tratamentos e busca por uma cura para a doença.
Still, ainda sou o Michael J. Fox, documentário dirigido por Davis Guggenheim, lançamento Apple TV+.
Davis Guggenheim foi um diretor que ganhou grande notoriedade mundial com “Uma Verdade Inconveniente”, que inclusive venceu o Oscar. Só que nos últimos tempos ele estava muito mais focado pra área política. Em 2020, por exemplo, foi fundamental para estruturar toda uma série de curtas sobre o Joe Biden, que acabaria sendo aproveitada pelo Partido Democrata, primeiro na convenção e depois naquela campanha presidencial.
E agora ele retorna com um projeto documentário, aliás, um grande projeto sobre o Michael J. Fox. Que é essa grande celebridade que tem o diagnóstico da doença de Parkinson. O Michael J. Fox, até ele tem crédito de roteiro também, uma abordagem interessante, porque o documentário também tem como base livros. O Michael J. Fox nos anos 2000. Tem várias publicações e a última delas. Que é No Time Like the Future. Inclusive apareceu em várias semanas na lista dos livros mais vendidos dos Estados Unidos.
Uma coisa mais complicada lidar com a doença. Então em 1998, o Michael J. Fox faz essa revelação, que ele já estava lutando há algum tempo contra a doença de Parkinson. De lá pra cá aconteceu muita coisa, até mesmo quanto a evolução da doença. Então também é um documentário de atualização.
O documentário, especialmente de grandes nomes da indústria, seja TV e cinema, que seria pro caso do documentário Val de 2021, que mostra a questão do Val Kilmer, como ele enfrenta a sua doença também e a dificuldade da sua rotina. Simbolicamente, o projeto do Davis Guggenheim aproveita duas grandes bases. Cinema, De Volta Pro Futuro, porque De Volta Pro Futuro é esse propulsor da carreira. Tem uma citação ao programa do Hebert e do Siskel, por exemplo, que fala, né? Grande atuação, onde parece que ele se consolida como uma mega estrela do entretenimento. Na televisão, Spin City. Pela importância, pela relevância, por como Michael J. Fox constrói essa série de televisão graças à sua grande competência. Então, ele tem uma vasta carreira. Mas esses são os dois principais projetos aproveitados, por exemplo, em imagens de arquivo. Porque estruturalmente o interesse do Davis Guggenheim é de justamente fazer uma mediação de. Dramatização para entrevista, também levando em conta essas imagens de arquivo com várias cenas icônicas.
Isso tudo está nesse documentário e se torna também uma experiência emocionante e recompensadora. Para quem gosta do ator.Durante o documentário nós vamos acompanhar desde a primeira lembrança do Michael J. Fox de que algo não estava certo. Quando ele observou o seu dedo. Mínimo estava tremendo e aí depois com relatos e imagens sobre os seus desafios. E a luta diária do ator. Ele cita em um momento. Que na década de 90 ele diz. Que chega simbolicamente no fundo do poço. Depressão, vai precisar buscar refúgio em remédios, no álcool. E aí, simbolicamente, o diretor aproveita todo o legado dele como grande estrela do cinema e TV pra fazer um vasto resgate que é focado especialmente nos anos 90. Como ocorreu o diagnóstico, como ele recebeu a informação e precisou lidar com isso.
A progressão da doença acaba sendo mostrada em pequenos recortes com o próprio trabalho do ator, especialmente na TV.
Se você pega imagens de Spin City, antes da revelação da doença, em 98, você imagina o seguinte. ele conseguiu criar artifícios pra esconder a doença e aplicar isso na série. Eu me lembrei, fazendo um parênteses, do caso do Bruce Willis, que foi diagnosticado com a Fazia. Que hoje, com o diagnóstico,
E como foi criada basicamente toda uma estrutura pra querer esconder isso do público. A diferença dessas situações é que, pra Fazia, o Bruce Willis contou com uma estrutura que partia do estúdio. desse estúdio pra explorar a imagem do ator pro Michael J. Fox, ele cria esses artifícios pra sua própria proteção, porque ele não queria ser considerado o coitado, que não poderia mais trabalhar, que não. Conseguiria mais fazer atividades do dia a dia
Quando ele faz a revelação da doença. Em 1998, ele abre uma nova forma de contato com o seu fã, de transparência, para mostrar o que está acontecendo mesmo. E ele continua trabalhando com o público que acompanhava ele, mas também, simbolicamente, importante para o futuro. Porque ele abre uma fundação que se torna referência em pesquisa da doença de. Parkinson, que leva o seu nome. Então a carga emocional é fortíssima pelo que ele viveu e vive, mas sempre. Com a noção de que Michael J. Fox também é um vencedor e lutador. Mesmo com limitações, e você vê como isso às vezes afeta o próprio humor dele, que é uma pessoa super talentosa e bem-humorada. Então como uma caminhada na rua vai render um osso quebrado, isso, claro, teria uma longa consequência. Então é um documentário-atualização também que presta. Tributo à carreira dele e ressalta a. Importância da comunicação também pra questão da doença de Parkinson. Até porque, o Michael J. Fox acaba investindo bilhões graças à sua fundação na pesquisa. As sutis transições emocionam, especialmente da dramatização pra entrevista, da entrevista pra imagem de arquivo, uma grande frase no cinema, uma grande cena na TV.
Assim como o documentário do Val Kilmer, existe um problema estrutural quanto à recorte, a base é focar mais nos anos 90. Buscar um referencial de prestígio já a. Partir dos anos 80, então um referencial no cinema de De Volta pro Futuro. E aí depois, nos anos 90, uma intermediação a partir de Spin City e a partir da doença. O recorte feito é de valorizar os anos 90 pra depois ter 20 anos em 2 minutos. É basicamente a mesma coisa, o mesmo problema de Vau.
O diretor foi super competente ao montar um grande projeto com o material de arquivo que ele tinha. Mas ele não é um bom mediador. Pra levantar tópicos de interesse pro próprio Michael J. Fox. Por que não estimular uma reflexão sobre. O sucesso literário dele, sobre compartilhamento de memórias, usando um documentário
O documentário que tenta lidar com o passado e presente já como estimulado no título. É uma ligação constante do começo ao fim. Mas tem uma coisa que eu considero. Fantástica, que é a importância que o documentário dedica pra Tracy Pollan, a esposa. Do Michael J. Fox. Uma importância simbólica de luta e uma importância na narrativa de acompanhamento do dia-a-dia. Eles vão buscar lá desde as primeiras cenas, os primeiros encontros, na série Family Ties, como ela deixa de lado a carreira dela para cuidar da família e aí depois, claro, teria que deixar de lado tudo para cuidar do Michael J. Fox. Que o Michael J. Fox escreveu, falando sobre memórias, falando sobre sua vida
AMOR E OUTRAS DROGAS
Um filme notável que aborda o mal de Parkinson é "Love and Other Drugs" (Amor e Outras Drogas, 2010), dirigido por Edward Zwick. O filme apresenta Anne Hathaway como Maggie, uma jovem artista que vive com Parkinson em estágio inicial, e Jake Gyllenhaal como Jamie, um representante farmacêutico com quem ela desenvolve um relacionamento.
Numa cena do filme Maggie relata o diagnóstico e o tratamento:
sinemet CR 50 mg duas vezes ao dia, mais domperidona para enjoos - 10 mg três vezes ao dia, artane para o tremor 2 mg, três vezes ao dia, e prozac para eu não ficar deprimida por ter uma doença - 40 mg pela manhã. Primeiro acharam que era tremor essencial, depois doença de wilson depois progeria, depois fiz exame para AMS, PSP, sífilis. Fiquei feliz por ter dado negativo. Não queria me sentir uma vadia do século 19. Depois tive uma semana do tremor no cérebro que foi assustador , depois seis meses procurando distonias obscuras mas era mesmo a doença de Parkinson..Eu tenho estranha, mancha no peito sei lá , estou tentando não me preocupar. (trecho do filme, Tyrone, 2025(
Maggie tem 26 anos e segundo duas publicações (dissertação e tese) existe erros no relato dela. Primeiro domperidona serve para aliviar sintomas gastrointestinais como náusea, vômito e desconforto devido ao atraso no esvaziamento gástrico.
Outro erro no estádio inicial é que o filme se propõe mostrar que o paciente não tem todos esses medicamentos.
O diagnóstico da doença de Parkinson é baseado na história clínica do paciente e requer a identificação de algumas combinações como tremor de repouso, bradicinesia, rigidez e anormalidade ´pontuais. Não tem ainda uma classificação padrão.
A obra explora os desafios físicos e emocionais associados à doença, ao mesmo tempo que destaca a importância do apoio, amor e compreensão em meio às adversidades.
Outro exemplo é o documentário "Ride with Larry" (2014), que segue Larry Smith, um padeiro aposentado que vive com Parkinson há mais de 20 anos. O filme mostra sua tentativa de pedalar centenas de quilômetros, promovendo a conscientização sobre a doença e explorando os benefícios da fisioterapia e da cannabis medicinal.
Ambos os filmes, em seus contextos distintos, ajudam a compreender os desafios do Parkinson e a força necessária para enfrentar a condição com dignidade e determinação.
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